Homem do tempo

Maurício Gota era assassino de aluguel

Mal sabia o poder que tinha sobre o céu

Certa terça, queimou no morro da urca um corpo no microondas

-Foge Maurício! Fumaça tá alta, vá, se esconda!

Fumaça essa que se condensou numa nuvem na quarta-feira

Na quinta, recebe um trabalho o assassino Solo Teixeira

Assassino com a função de matar outro assassino, trabalho difícil

Depois de enviar tanta fumaça com alma pro céu, chegou sua vez Maurício...

Solo não erra, limpa a arma, leva faca e usa luva

Sexta a tarde é o prazo, faça sol faça chuva

Fez chuva, nada fugiu do planejado

Desce a gota com a alma daquele corpo queimado

Mais uma chuva que carrega morte por gangue

E aquele pingo se dissolve ao lado de Maurício, em seu sangue

Aquela Gota no sangue que corre o chão

Mostra como a violência é uma precipitação