Caminhos e descaminhos
Primeiro o suor do meu velho pai,
que eu vi, depois os dos meus irmãos,
com os quais convivi e aprendi
bastante,
não obstante perceba hoje,
que mesmo tendo enchido cacimbas
com tanto suor,
isso pouco ou de nada valeu.
Nossos filhos também hão de suar,
mas de que e o quanto valerá?
Foi nas primaveras, outonos,
invernos e verões.
Do calor do inferno ao frio congelante,
com poucos agasalhos.
Por que não sonhei em ser político
quando crescesse?
Azar o meu, o nosso
e o Padre Nosso sugere dar a outra face,
mas já demos tanto, suamos tanto,
que dar o outro lado da cara
tornou-se irrelevante
e para ser político
tem que ter estômago,
como os vermes que chegam até ele,
mas habitam mesmo é no intestino.
Trilhamos por caminhos certos
e tortuosos
e se não somos vitoriosos,
bandidos não nos tornamos,
mesmo com todo apelo
e incentivo do Estado,
assim como um dente cariado,
que dói por demais,
mas a emergência está fechada
e sendo assim, não pode me atender.
Tem que ter bastante paciência,
porém a minha, enfim se esgotou
e quem herdou, herdou,
porque construir está cada vez mais difícil.
Escrevo bem, sem falsa modéstia
e essa gramática é do ensino médio,
quando ainda havia escolas,
família e em cada esquina um posto médico,
com no mínimo um clínico geral,
competente, profissional e de boa índole,
mas isso no tempo em que ainda havia
uma instituição denominada de AMOR.