Os sons da cidade

Clareou, os olhos relutantes abriram

Espreguiçou, os músculos cansados latejam

Levantou, a boca cheirando a sono

Caminhou, o corpo acostumando com o chão plano

Os sons da cidade continuam apáticos

Futuros gravados em um computador

Lavou, o rosto molhado de água

Escovou, o hálito exalando hortelã

Banhou, o fado do sono foi

Secou, a higiene pessoal terminou

Os sons da cidade continuam apáticos

E o futuro bate de frente com o cansaço

Comeu, o pão quente e suculento

Bebeu, o café derramando lento

Assistiu, manchetes diárias da TV

Partiu, o suor do trabalho para comer

Os sons da cidade continuam apáticos

Doentes caminham sem escolhas

Perdeu, a mente estressada no trânsito

Manteu, o desânimo claro fez seu trabalho

Terminou, o espírito abatido e desgostoso

Voltou, as pernas pesadas empurrando ao leito

Os sons da cidade continuam apáticos

A produção bloqueia o pensar

Jantou, a fome roendo seu estômago

Deitou, a respiração fraca e entregue

Dormiu, a mente esconde preocupações

Sonhou, a memória não vai gravar

Os sons da cidade continuam apáticos

E amanhã será como ontem

Josué Viana
Enviado por Josué Viana em 28/12/2015
Reeditado em 28/12/2015
Código do texto: T5493582
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