A OUTRA CARA DA MOEDA (Do livro NO LIMIAR DA ILUSÃO)

A minha casinha fica no morro da vida real

Minha janela tem vista para o mundo

Vejo tudo o que se passa lá embaixo

Eles sabem que eu sei tudo

Mas ninguém quer saber o que eu acho

Minha casinha é feita de blocos de sonhos

Em cima do tempo, quando abro a porta

Já dou de cara com o vento

Fica na viela do descaso

Onde o improvável caminha desatento

Meninos correndo, desvendando o labirinto da infância

Dividindo entre si a falta de tudo

No olhar de esperança

O que o destino oferece

A desventura de ser uma pobre criança

Minha casinha foi erguida no cume da vida

Onde não tem esquina e a igualdade não vem

Só a realidade é quem se faz presente

No olhar de um povo

Que não tem a quem dizer o que sente.

Francyo Dias
Enviado por Francyo Dias em 26/09/2015
Reeditado em 02/02/2016
Código do texto: T5395338
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