Cores, amores e dores.

As cores quando nasceram só queriam alegrar.

Cada uma com sua beleza coexistiam sem brigar.

Nem todas se aceitavam, mas sabiam se respeitar.

Afinal suas diferenças as serviam para se completar.

Um dia a maioria delas resolveu protestar.

Disseram que as cores que se misturavam não deviam ter voz em nenhum lugar.

Muitas sofreram caladas, pois não tinham a quem procurar.

Outras viraram monocromáticas, cedendo ao medo que podiam encontrar.

O tempo passou e com ele veio a necessidade da ordem e do bem-estar.

As cores "líderes" enfim entenderam que estúpidos preconceitos não levam a sociedade a avançar.

Mas a harmonia social parece difícil de se conquistar

Pois até a comemoração de uma conquista muitos quiseram abafar.

Mas enquanto houver justiça, todos devemos buscar.

Embora as pessoas se digam altruístas, mas procurem interesses em todo lugar.

Quando se fala em se doar a quem precisa, muitos já tem pronto o "Da próxima vez eu vou ajudar".

Mas se falar em aborto, guerra ou casal gay na Paulista

Cada um já tem seu discurso moralista para inflamar.

Esperto mesmo é o nordestino que sabe como se alegrar.

Pegou todas as cores e as transformaram em uma grande festa junina que todos estão a aproveitar.

Então você que é morno ou frio para esses temas polêmicos, largue de frescura e vá dançar.

Porque estamos em um país onde o povo vive de festa

Para "fingir" esquecer os problemas que precisa enfrentar.

Angela MT Melo
Enviado por Angela MT Melo em 29/06/2015
Reeditado em 29/06/2015
Código do texto: T5293242
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.