o ódio

Odeio a ti,

Desconcerto Descontente.

Te odeio da flor e a semente,

De odeio de pé e deitado.

Te odeio enfim e o dobro, te odeio cabelo e pescoço,

a mão que tem dedos e tato.

Odeio o cobre, o ouro o aço,

Te odeio na vida o descaso,

Te odeio faminto e sem fome,

Te odeio sem casa, e sem nome,

E odeio a mão e o abraço.

Odeio os pés por onde vão e vem,

Odeio a mim e a ti também,

Odeio religiões e o amém,

E as correntes que sempre me envia,

Mesmo que salve as Marias,

Pois sempre nos trazem um bem.

Odeio a ti, oh silêncio,

Odeio a ti sangue suga,

Odeio as veterbras sujas,

Odeio ser algo ou alguém,

Odeio a carne na bunda,

Odeio o pau entre as pernas,

Odeio o que isso me resta,

Odeio de um a cem.

Odeio escrever esses versos,

Pra alegrar-me um pouco no tédio,

pra expulsa-lo com tal maestria,

Essa dor que o mundo te guia,

E agora é tu o teu dono,

Se um dia Caires no sono,

Faça o bem,

Pois pra ti volta um dia.

Marcos Pagu
Enviado por Marcos Pagu em 14/03/2015
Código do texto: T5169621
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