Mulato

Segue o homem invisível

Caminhando entre a nação

ignorado pelos visíveis

sua guerra vai ao chão.

Por excesso de melanina

a sociedade o condena

de forma indireta e racista

suas oportunidades se isenta.

Crespos cabelos descendentes

de um povo histórico presente

fora seu povo escravizado

submisso ao senhor de engenho.

Sob o chicote eles trabalharam

durante mais de três séculos

e finalmente quando libertos

os direitos de ser livres não tiveram.

Com as memórias das marcas históricas

construiu-se muralhas pelos hipócritas

que estão fortalecidas nos dias de hoje

Criando superioridade entre cor da pele.

Descriminado sobrevive o negro

das formas que lhe resta para viver

às vezes dribla os preconceito

às vezes os preconceitos o dribla.

São poucos que vencem as pelejas

imposta pela sociedade brutal

outros cedem ao jugo opressor

e fazem aquilo que pensa-se ser mau.