Mars: Diário do Amor

Mars: Diário do Amor

28/12/2690

{{Para escrever não tenho mais tempo

Antes o rock n' roll, agora o capitalismo corre em minhas veias

A maturidade vem

Mas ela se foi

Não tem mais ninguém

Quando todas suas amigas começam a namorar

E você não tem ninguém.

Os europeus vieram há séculos atrás

Eu me lembro

Estes espelhos. Há algo de errado com estes espelhos.

Cada vez mais alto.

O mergulho profundo nestas águas, nestes ares.

O nexo não está. O homem branco tomou sua inocência também.

[Eu odeio os homens brancos.

(O ser humano é perfeitamente substituível por um coração de plástico. Eu não vejo diferença nenhuma. Os computadores são menos sádicos;

As computadoras femininas foram corretamente programadas. Elas tem um coração mais humano do que o das mulheres da terra. Eu posso ver tudo isso daqui, de marte

)

06/06/2166;

]

Tamanho do meu vazio, este é.

Tão alto o voar, por isso. Eu.

porque a ciência vem da ficção.

mas durante estes séculos, eu nunca consegui encontrar o amor,

e nem vê-lo, nem tocá-lo,

eu não acredito nele

ele não existe.

Mas o ódio é real, este sim, trás a tecnologia. Eu posso sentí-lo em meu metal .

e eu preciso daquele ouro. Eu o amo, de coração.

Cabelos perfeitos, de plástico e corpo folheado.

Todos os circuitos me levam a ela.

Eu caminhei à noite num museu antigo. De computadores sem vida. De um pote de amor caído, derramando todo o líquido precioso ao chão de vidro. Aquele fio de vida ainda está pairando no ar, tinindo em meus ouvidos. O último solo da última guitarra. Eu nunca mais a toquei em memória dela.

De quanto ela era real, não imaginária. Era hardware, não um software por mim fabricado. Era seu corpo junto ao meu, humano, e seus beijos eram molhados, não eram meros dígitos vocais de voltagem baixa, à se comunicar com minha boca virtual.

}

28/12/2690;

}

Ronaldo Polo
Enviado por Ronaldo Polo em 02/11/2013
Código do texto: T4552750
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.