Sob as camadas do nosso calendário
Esquecida por entre novas invenções
Descansa a pedra polida:
Ferramenta de eras.
As mãos da saudade marcaram em atrito
Os dias que espreitavam o futuro.
Nós, os sonhos dos seus filhos,
Seríamos.
Como as pedras de um Rosário!
Assim minava de sua lavra
Assim como as sementes das favas
Uma prece com gosto de ouro.
Da conjunção destes três reinos mágicos
Mineral, vegetal e animal
Eis a oferta ao Filho de Deus:
Um cesto de preciosos abarás e acarajés!
Pedra fundamental,
Lápide, altar em sacrifício, tótem,
De onde regurgita-se o sabor da terra.
- Demovida por anjos!
Para teu alto enlevo
O valor de quem sabe interpretar as leis:
Inscrito em alto relevo o amor do Rabi,
Sina preciosa como o ouro dos reis!
PUBLICADA em CADERNOS NEGROS
Quilombhoje - pág 161 - São Paulo -2015