Pestanas

A noite não me avisou

Mas matreira chegou

Aí vi o dia nascer

Sem ao menos perceber

Debruçado sobre livros

Grafites, pranchetas

Muita madrugada fria

Veio me fazer companhia

Minha mãe sempre dizia:

“Filho vá dormir um pouco.

Veja quão tarde o tempo”

Cálculos muito loucos

Eu meio lerdo, sonolento

Cálculo de pontes, treliças

Vigas, muros de arrimo

Derivadas, integrais

Que me desintegram

À madrugada me entrego

Em busca de ares modernos

Porquê a vida é assim

Quem quer se supera

Remove óbices, não espera!

Quem não quer culpa

Suas próprias desculpas

Não basta só querer

Dependa mais de você

Não coloque seus planos

Em mãos mutiladas

Se há algum ideal

Noutras semanas

Dê folga ao sono

E queime as pestanas

Não há planos perfeitos

Mas há sonhos perdidos

Planos que brotam refeitos

Csil
Enviado por Csil em 28/01/2012
Código do texto: T3467482
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