Versos, completamente, em branco e, aos trancos
 
Todo em branco
Sem nenhuma palavra
Sem rimas

Mas, ouvindo o vento
A brisa, a saliva da maresia
As folhas fazendo bolhas
Na língua que há muito
Tempo na trai...

A minha dor de cabeça
Esqueci e pedi-lhe:
Por favor, não volte mais!

Mas tem uma dor
Mais contundente
É uma que dá no dente
E dói dentro da gente
Que nem os dentifrícios curam
 
É a gente querer sair
E perguntar-se, pra gente,
Para onde é que “nós” vai?...
 
Se nós mesmos não sabemos
Vamos, é virá torresmos
Nesta BOSTA DE PAÍS!...
 
Nós aqui ENCLAUSURADOS
E os bandidos, escolados,
Soltos, e dando “arrotos”
Olhando quando nós “sai”!...
 
Se, sair, não deixe olhar os lados,
Se for atacado, nunca olhe nos olhos
Do desgraçado, qualquer gesto
É morte certa... Não, não tenha armas
Em seu poder ou em casa
 
DÊ PARA O PODER
QUE, POR VOCÊ, NÃO FAZ NADA...
E, AINDA LHE DESARMA!...
 
MUNICIANDO OS BANDIDOS
SOB AS TOGAS DOS PODERES
CADA VEZ MAIS PROSTITUÍDOS...
CORROMPIDOS... CORCUMIDOS...
E, ELEITOS POR NOSSOS VOTOS!...
 
Um dia destes, eu volto!...
Ou nunca mais voltarei?!...
 
SERÁ MESMO QUE SAI?!... ?!... ?!... ?!...