Igualdade

Virando o olhar avistei os dois homens,
Pareciam estar em um sagrado ritual,
Um preocupava-se com uma analise do que via,
Outro por tal ponto não verificava, mas também usufruía,
Ambos pareciam famintos,
Ambos estavam famintos,
E assim seguiam a sua busca incansável,
Procuravam com tamanha minúcia que nada o escapavam,
Seus olhares eram tristes,
Seus sorrisos demonstravam um choro contido,
E assim seguiam os homens em busca,
Uma busca incansável,
Tão incansável, que estavam prestes a desistir,
Mas seguiram suas buscas,
E depois de longos minutos o tão esperado tesouro surgiu,
Era apenas um pedaço,
Um pedaço bem pequeno,
Tão pequeno que não solucionaria o problema de um,
Quem dera resolver o problema de dois,
Mas ambos eram iguais,
E aquele pedaço tão pequeno foi partido ao meio,
E as pobres vitimas de uma sociedade hipócrita repartiram o pão,
E degustaram com tanta gana,
Com tanto esmero que o tão pouco tornou-se muito,
Pois ambos sorriram ao final,
Olharam-se, e voltaram para a sombra da arvore,
Que a dias lhes servirá de teto para a chuva e para o sol,
E ali acomodaram-se os dois,
Com a complexidade de quem apenas dividiu,
Não lutou para ficar com mais ou menos,
Apenas dividiu...dividiu e se contentou!
Jonas Martins
Enviado por Jonas Martins em 13/10/2011
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