RODA VIVA

Unidos desconhecidos

Mansa turba caminhante

Em suas rotas distraídos

Enfiados em si mesmos

Na pressa de chegar

A um lugar de nome lar

Onde frente à televisão

Vão cochilar e acreditar

Esquecer se esquecendo

Fazendo contas, planos,

Adiando a vida, sonhos,

Para um amanhã talvez

Comendo fatos boatos em arrotos

Falas mal digeridas desatentas

Confundidos em alienados apetites

Na roda viva, despertam amanhã,

Reiniciam a marcha sonoletos

Ilhados em si, solitários entre iguais

Apressados, compassados,

Compenetrados, atolados nos coletivos

Seguindo seus caminhos e destinos...