JULGAMENTO DO PREFEITO

(Porque o que não admito é que tentem me fazer de besta)

Um prefeito que engana os indefesos

Pra fugir do mais simples compromisso

E que pensa que o povo é submisso

Porque trata os humildes com desprezo

É o mesmo que finge estar surpreso

Quando alguém denuncia a humilhação

É o mesmo que vive de ilusão

Ao fazer, no governo, experiência

Pode ter quem lhe chame de excelência

Mas prefeito esse cara não é não.

Um prefeito que, sem planejamento,

Pensa mais nas diárias que retira

E que vive atolado na mentira

Pra tapar o buraco do Orçamento

Alegando um convênio ou complemento

É o mesmo que impede o cidadão

De saber de qualquer licitação

Já que tudo o que faz, superfatura

Ele pode estar lá na Prefeitura

Mas prefeito esse cara não é não.

Um prefeito que emprega aventureiros

Porque teme quem tem mais competência

É o mesmo que cria a concorrência

Entre os que deveriam ser parceiros

E se torna o maior dos fofoqueiros

Numa rede de intriga e confusão

Porque a gente bem sabe que o latão

Faz barulho demais quando vazio

E o povo cansou do que já viu

Pois prefeito esse cara não é não.

Um prefeito que esquece da moral

Transformando o governo num cabide

Onde a sua irmandade é quem decide

E comunga o desvio orçamental

Sem ligar pra falência de hospital

Nem pra falta de médico ou plantão

É o mesmo que compra um casarão

E outros áreas no nome de um comparsa

Cai a máscara e enfim se vê a farsa

Pois prefeito esse cara não é não.

Um prefeito que foge do eleitor

Com receio de ouvir suas cobranças

E que gasta com shows e com festanças

Mas esconde a fatura e seu valor

Ele pode comprar vereador

E dizer que não dá satisfação

E até pode fugir da cassação

Empregando uma dúzia de parentes

Mas agora a conversa é com a gente

Pois prefeito esse cara não é não.

Um prefeito que mente e que até jura

E promete o que dele não depende

E que acha que o povo não entende

Que o dinheiro sumiu da Prefeitura,

Que licita mas faz sem estrutura,

Desviando a já pouca dotação

E tirando do povo a educação,

A saúde, o emprego, a esperança,

Pode até passar mel na vereança,

Mas prefeito esse cara não é não.

Um prefeito que não respeita imprensa

Sem sequer dar valor para a notícia

E confunde política e polícia

Por achar que seu crime é o que compensa

Desviando dinheiro pra quem pensa

Que consegue inibir a redação

Esse mesmo, na próxima edição,

Vai notar que do povo não escapa

E vai ver estampado lá na capa

que A JUSTIÇA CASSOU MAIS UM LADRÃO!

Um prefeito que troca a honestidade

Pelas mais descabidas falcatruas

Que só anda no centro (e em poucas ruas)

Com carrão sem a placa da cidade

Com moleques de todas as idades

Num escândalo sem explicação

Esse pode esperar pela eleição

Que nas urnas vai ter o que merece

Pois o povo esquecido nunca esquece

E meu voto esse cara não tem não.

Buritizeiro, 16 de março de 2010 (16h)