Sacrifícios e Sacrilégios, apenas a Solidão não faz diferença.
Eu tenho fome
Eu tenho sede
Eu tenho gás
pra gritar a você:
EU QUERO MAIS!
Não posso hipocrisia.
Não posso tirania.
Avise novas gerações,
nova era bate a porta
dos velhos anciões.
Sociologia gastronômica.
Política degustativa.
Comentadas e comprovadas
em mesas barescas levantadas,
discutidas e afirmadas.
Edifícios caídos
Monumentos destruídos,
Arte descartável
Corpo vulnerável
Não trago novidades
na mala ao lado
sim cabeças sem corpos
e um corpo baleado.
Minha cabeça morta
e corpo sem rumo.
Desabitado cabeça.
Meu incompreensivo
intolerante amigo,
lhe digo, tenho frio
e mais, sim,
a fome queima,
apenas a solidão não faz diferença.
Cobrem minha cabeça
luzes mercúrio-cromo,
levantadas e sustentadas
por homens imponentes.
Cobrem minha mente
lembranças vermelho-sangue,
esfaqueadas e desfiguradas
de rostos incomplacentes.
Há desesperança.
Não há lembrança.
Obrigação, jogo sujo, desunião
Mundo em implosão.
Sacrilégios, sacrifícios,
pessoas compram futuro:
Comércio de carne suja
Comércio de saúde pública
Comércio de paz pirateada.
Humanidade à venda
Humanos à venda
Sexo à escolha.
Compreensão:
fora de linha de produção.