Pendurados ao vento!

Pendurados ao vento!

Poet ha Abilio Machado. 121108.

Lá fora a noite ataca

Fome de angorás

Uma fila cansada

Domésticas e babás!

O monstro que chega encosta

O som incauto e fremiu

A longa fila de maltratadas

Ao lado da fera sumiu...

O suado corpo ao dia

Carrega as sobras e restos

Do futuro quase incerto

O que se espera quem dirá?!

As luzes tão vaga-lumes

Distorcem no negro que passa

Ao longe a serra some

O destino só Deus fará!

Abandona o tempo

A fome, a sede do tudo...

O mundo!

A sombra do hoje já foi...

É amanhã!

O que vem é um segredo

As fantasias deixadas em gavetas

E os seus sonhos deixados no varal!