Dias costumeiros

E a moça que vi lá estava

peguei tua mão dei um cheiro.

Lembrava a uma rosa encantada,

cheirava a um pomar em Janeiro.

Já logo fiquei empolgado

(já logo mostrou a que veio).

Subiu um calor pela face

e arrepiou meu corpo inteiro.

Puxei teu cabelo de lado,

lancei meu olhar feiticeiro,

chamei a mulher de só minha

e ela quis se entregar de joelhos.

Foi quando sua voz recatada

tornou-se um enorme berreiro

(se afaste de mim, seu canalha,

não olhe pra mim desse jeito).

E a minha cabeço rodava...

Mas logo salvou-me um porteiro

(não sei porque estás irritada,

nunca recebeu um cortejo?)

E então ficou desconcertada

calada cedeu-me seu beijo.

E logo cedeu sua saia

até que a tomei por inteiro.

Mais tarde o tempo passava

com ele vestidos ligeiros,

moças sem vestidos nas praias,

moças bem vestidas nos centros.

E sempre uma nova ficada

e sempre eu sendo sempre eu mesmo.

Jamais qualquer uma negava

nenhuma resiste ao meu cheiro.

Até que avistei-a me olhando

e era muito gostosa de olhar,

já fui lhe puxando de lado

e então começando a beijar

(se afaste de mim, seu babaca,

não toque em mim desse jeito)

de novo outra se insinuava

e então recusava um gracejo,

(que que tá havendo aí, mana?

você quem mexeu com a minha irmã?)

gritava pra mim esse cara

e então me lembrei da manhã...

Lembrei de uma rosa encantada,

lembrei do cheiro do pomar,

lembrei quem eu era pro cara

e ele então começou a lembrar.

E a sua cabeça rodava...

mas logo salvei o porteiro.

Relaxa, amigo, relaxa

vou cuidar da sua irmã do mesmo jeito.