MÃOS

MÃOS

Eu vejo as mãos que se bate

palmeando o pódio o ódio.

Bate pandeiro, bateria bumbo

Bate no rosto no gosto no prumo.

Eu vejo mãos que se pegam e

acariciam-se, mãos que se ama

que se lavam... Lava o rosto lava

o corpo, lava o gosto. Vejo mãos

acenando adeus, apertando as

saudades, abanando a vaidade.

Mãos que ensina e assassina

moldam o poema edificam a

rima, manuseia o nó e desata a

gravata. Mãos que entrega moedas

e regram a ganância do cão, mãos

que enforca e desentoca,

e acertando o buraco da broca.

Eu vejo mãos orando para a alma

postas para o céu implorando

para o santo, mãos que enxugam

a pranto. Mãos, operando o coração.

Antonio Montes

Amontesferr
Enviado por Amontesferr em 22/07/2020
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