COMOÇÃO SOCIAL

Eu sou poeta e não vejo o amor

Nem o raiar do dia, que pela frecha da janela entrou

Cadê os meus sonhos, colorindo minha vida?

São pesadelos da sociedade parida

Meu jardim não tem flores

Árvores frutificando canivete

Um sete um tatuado no peito

Meu coberto é o viaduto

Meus amigos são pivetes

Ninguém vira adulto

O podre que me aceite

Das migalhas que sobram

Da burguesia que se diverte

Roubando nossos dias

Faturando nossas alegrias

Transformando em sofrimento

Cadê o meu espaço?

No bolo social

Será esse meu traço?

Das sobras do teu mal

Minha vingança infernal

Na noite, no sinal

Uma bala perdida

Ceifará nossas vidas

Enfim o balanço

Dessa comoção social

O pagamento que alcanço

Será isso então meu final?

COMOÇÃO SOCIAL

FRED COELHO/2017

Fred Coelho
Enviado por Fred Coelho em 24/12/2018
Código do texto: T6534439
Classificação de conteúdo: seguro