ENCONTRO CASUAL.

Várias vezes nos falamos.

Outras tantas só nos cumprimentamos.

Um ao outro socialmente.

Mas hoje! Hoje foi diferente.

Um envolvente abraço pôde dar-te.

Pude conhecer sua real beleza.

Num rosto limpo, aroma natural.

De uma imagem sem cosméticos.

De dois lábios sensuais.

Sem que batom tenhas usado.

São reais, e com sua própria cor.

Cordos frutos e dos arbustos.

Cabelos que se formam cachoantes,

Como uvas no bacelo da videira.

Olhos negros altivos e fortes,

Amendoados e aprisionadores.

Que penetram os pensamentos.

De quem os fitam, imobilizando.

Distraindo e disfarçando o pensar.

Altivez contida no sentimento.

Timbre de alguém que se orgulha.

Diante de você, teu fetiche me cala.

Como cotiledôneos, nutrem o embrião.

Sarmentos para alimentar.

O greguês que aquece o corpo.

Como vinho botado, que rubra a face.

Com o calor que anula o pudor.

Pondo o olhar dos vitimados.

Para dançarem no orbicular.

De grande beleza.

E nome de rainha.

Coroada e amada.

Apaixonante, perturbante.

Qualquer um doa-se.

Como eterno amante.

DOMINGOS INÁCIO

DOMINGOS INÁCIO
Enviado por DOMINGOS INÁCIO em 26/04/2018
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