A moça que lia!

Todos os dias aquela moça bonita sentava ali

Com uma revista na mão, ausente de todos e de tudo

Eu a achava culta e desinteressada do mundo material daqui

E fiz tudo para lhe chamar a atenção, mas não fui o sortudo

Todo o mistério que envolve uma moça culta e bonita

Sempre me chamou a atenção

Queria saber o que ela lia e porque aquilo me excita

A querer saber dela, da sua vida e do seu coração

Nunca olhava para mim e nem para outros rapazes

Simplesmente entrava no seu mundo e pedia uma bebida

Mas os olhos de todos eram vorazes

Para saber o que tanto lhe interessava naquela vida

Um dia como todos os outros sentou à mesma mesa

E novamente uma garçonete fez o seu pedido

Estava linda, uma dama, uma beleza

E pela primeira vez passou os olhos por tudo, sem muito sentido

Mas vi pela primeira vez que parou por um segundo

A olhar no livro de um rapaz ao seu lado

Na capa se lia: “Como descobrir uma garota em seu submundo”

E somente a ele se revelou, deixando todos pasmados

Olhou-o nos olhos firmemente e pediu do livro o autor

Ele sem muito jeito virou a capa para ela ver

O simples desdém do moço tocou em seu amor

E foram embora juntos à tardinha, ao entardecer!

Paulo Eduardo Cardoso Pereira
Enviado por Paulo Eduardo Cardoso Pereira em 29/10/2017
Reeditado em 18/07/2020
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