O NÃO SENTIDO

Segunda-feira lenta,

O sol desponta ao meio-dia

Quando acorda e se levanta

Reticente para o café frio.

Um gole preto, mais uma página

Da folhinha revirada,

Um dia a mais de chegada

Ao verdadeiro dia do porvir,

O segredo da aguardada morte.

Deixa as bengalas, os xales

No cabide suspenso que se move,

Andaime vivo de arame

Que dança, dialoga, ri, perquire,

Dá-lhe com bigode inútil um bom-dia.

Fernando Munhoz
Enviado por Fernando Munhoz em 05/10/2017
Reeditado em 05/10/2017
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