Perda do eu.
Como uma tela brilha,
Cada píxel, cada imagem.
O efeito visual, atrai.
O emocional, treme.
Ver o que o outro tem.
Saber do corpo do outro.
Querer a realidade, assim,
Será que faz bem?
Hoje não precisamos de contato,
Uma câmera e um grupo validam.
Fotos fortes, tênues.
Sem valor, descartáveis.
No momento fugaz,
Analisada a realidade,
Nós descartamos o que,
Não nos alegra.
E nosso valor, nossa vida de cá.
Cadê nosso eu, meu, seu? Cadê?
Cadê aqueles valores bons?
Cadê o pronome? Na vida?
Será que é certo, real, esse não eu?
Será que vale a pena ser assim.
Não sei se é legal,
Mas rapidamente me fascina.
Mas na vida o eu meu cobra.
Cobra dias, valores, coisas.
Cadê meu eu? Pronto.
Outro eu levou e descartou.
Será que é preciso isso,
Para viver sorrindo,
Livre leve, curioso?
Perdendo seu? E o meu eu.
Ass: eu.