MOMENTOS

I

Sinto no olhar

Dos transeuntes famintos

Os vermes entre mexerem.

Em cada rosto

Vê-se as angústias.

Em cada passo indeciso

Vê-se o caminho incerto.

Eles buscam um destino

Abstrato.

Rumam em direções

Infinitas

Fogem de si mesmos.

II

Os meus versos

Não mais rimam.

Entrecruzam linhas

Tortas insatisfeitos.

Buscam desritemar

O que sente agora,

Por não pode gritar

Nesse vácuo.

III

Algumas límpidas

Lágrimas

Rolavam da face

Meiga da menina

Era uma vez...

IV

Entre máquinas e graxas

Escrevo meus versos

Sinto relampejar

Uma inspiração

Eletromecânica.

V

Que seria das plantas

Sem o adubo?

Que seria das estrelas

Sem o céu?

Que seria da noite

Sem a lua?

Do homem

Sem Deus?

VI

Um moleque de enorme

Pança,

De ossos a se ver

Brincava com suas

Próprias costelas.

VII

Hoje senti vontade de voar...

Danifiquei os membros

Na tentativa.

William Augusto Pereira
Enviado por William Augusto Pereira em 02/06/2017
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