Moleque de Rua

Nasci como toda criança, nua!

enterrado na pobreza

não aprendi a admirar a lua.

Em minha casa,muitas bocas

falta pão,carne,leite

minha mãe, fica louca.

Crescendo,doendo doido

eu fui

dos velhos ganhando ódio.

Mãe,eu um cão que uiva

na vizinhança,uma mina

mina que fascina,ah mina ruiva.

Que vivia no mundo da lua

maninha pirava com ela

mas perdi a cabeça,e com ela fui pra rua.

Como cães sem donos

rolávamos e sobrevivíamos

ao leu no maior abandono.

Abandono de tudo

loucos desvairados

a perambular pelo mundo.

Hoje,com ou sem lua

eu e ela,ela e eu

mas livres. Sou um moleque de rua.

Paulo Carvalhal
Enviado por Paulo Carvalhal em 03/04/2017
Código do texto: T5959954
Classificação de conteúdo: seguro