Política e sujas mentes
Ah! Olha lá...
Lá vem poema
Ou melhor, lá vinha poema.
Alguém me puxa pelo pé e tira minha cabeça da imersão desse oceano de pensamentos.
Giro os olhos como a Terra em 23 horas e 59 minutos – nunca completo o que termino.
Ora, quem se importa? Dinheiro no bolso, caspa no ombro do paletó revela que os cuidados há muito não são tomados.
Mas o dinheiro tá no bolso...
Cara de cínico na TV
Mulher traída em casa
Filhos abandonados na escola
Empregadas com salário atrasado e a companhia de energia no medidor dela, com alicate e tesoura, prontos a cortar a luz que faz sua geladeira dos anos 80 funcionar, com três grãos de arroz, já duros e secos, dentro de uma vasilha de margarina.
População na lotação, sem segurança, sem ar
Ou melhor, com ar, mas, rarefeito.
Ai ai... Poesia, fez bem tu não ter vindo...
Toda essa sujeira na política e nas nossas vidas jogariam lama nas tuas vestes brancas e belas
Prefiro que a verdade, vestida com seus trapos corroídos pelas traças – de tanto ter ficado no armário, sem utilidade – apareçam, e lance um jato belo de verdade e mudança para limpar as nossas imundas mentes.