O ANDARILHO.

Caminho por aí sozinho como se fosse o último dos peregrinos.

descubro novos rumos que em verdade não levam a lugar nenhum.

Entretanto porém,diante da grande escalada da vida,meus vinte e poucos anos são os primeiros passos na longa jornada de um menino.

-Bom dia dona Árvore!-Como vai senhorita Flor?

Enquanto sigo,observo e penso em tudo.

Penso nela,justamente nela e nas tantas sequelas que me deixou

e por certo já me esqueceu e nunca compreendeu,jamais enxergou,

o outro lado do muro onde mora o medo,o pavor do escuro,a solidão.

estou impregnado dos que suplicam por uma migalha de pão.

Ando lado a lado com os frustados amantes da madrugada.

estou na companhia das meretrizes que se vendem por quase nada.

E nesses caminhos são tantos os espinhos que até o mais mesquinho

dos pensamentos me fazem lembrar da existência de Deus.

-Não será injustiça ó pai?Tantos irmãos esmagados por seu próximo.Uns míseros,outros prósperos.

Enquanto uma criança implora por comida,outra implora por não quere-la.

Vou seguindo meu caminho na sola do que ainda resta de um sapato,envelhecendo e observando as dores do mundo.

agora,já cansado,enfraquecido,enfermo e velho,compreendo muito mais e mesmo assim continuo entendendo muito meno ainda...

jpsantos
Enviado por jpsantos em 14/01/2017
Código do texto: T5881808
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