Pesadelos

Quantas noites mal dormidas,

E tantas outras que acordada fiquei.

Remexendo a edificação da riqueza,

Representada pelos bens materiais,

Que com trabalho árduo conquistei.

Poucos dias tinha de folga,

Para fazer o que bem entendesse,

Mas meu corpo cansado, minha mente não suportavam.

E mesmo na cama limpa e confortável,

Ambos não relaxavam.

O mais doloroso de tudo isso,

É constatar ao longo dos anos passados,

Que fez as malas e partiu, a juventude,

Em seu lugar rugas no rosto, corpo em desalinho,

E tudo isso em conflito com os sonhos dilacerados.

Bem sabia que quando chegasse o momento,

De um pouco de tudo pelo o que trabalhei usufruir,

Não me faltariam cobranças e herdeiros.

Para fatias, ou mesmo tudo, da força escrava do meu trabalho, dividir.

São geralmente os parentes que mais me criticavam,

E que nada faziam para ajudar,

Os sanguessugas que de tudo farão,

Para o alimento e conforto da minha velhice roubar.

Isso amigo se chamar pesadelo,

Mas é sonho que deveria se chamar,

Dedicar toda a vida num projeto

Trabalhar duro na sua execução.

E amargar seus dias de velhice numa casa de repouso,

Por não ter um lar para voltar.

Valéria Nunes de Almeida e Almeida
Enviado por Valéria Nunes de Almeida e Almeida em 06/01/2017
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