Pesadelos
Quantas noites mal dormidas,
E tantas outras que acordada fiquei.
Remexendo a edificação da riqueza,
Representada pelos bens materiais,
Que com trabalho árduo conquistei.
Poucos dias tinha de folga,
Para fazer o que bem entendesse,
Mas meu corpo cansado, minha mente não suportavam.
E mesmo na cama limpa e confortável,
Ambos não relaxavam.
O mais doloroso de tudo isso,
É constatar ao longo dos anos passados,
Que fez as malas e partiu, a juventude,
Em seu lugar rugas no rosto, corpo em desalinho,
E tudo isso em conflito com os sonhos dilacerados.
Bem sabia que quando chegasse o momento,
De um pouco de tudo pelo o que trabalhei usufruir,
Não me faltariam cobranças e herdeiros.
Para fatias, ou mesmo tudo, da força escrava do meu trabalho, dividir.
São geralmente os parentes que mais me criticavam,
E que nada faziam para ajudar,
Os sanguessugas que de tudo farão,
Para o alimento e conforto da minha velhice roubar.
Isso amigo se chamar pesadelo,
Mas é sonho que deveria se chamar,
Dedicar toda a vida num projeto
Trabalhar duro na sua execução.
E amargar seus dias de velhice numa casa de repouso,
Por não ter um lar para voltar.