Corpo que porta Exu

Corpo que porta Exu

Habita limites, encruzilhadas, fronteiras

Corpo nagô, forte na alma e na força

Dança, ri, veste com garbo

Exibe sua potência de macho

Sua graça de fêmea

Há o falo avantajado

O rabo protuberante

Corpo que porta Exu

Não mente nem fala a verdade

Canta para encantar

É axé de vida

Toma todas e não embebeda

Somente com essa força de vida

Se vence a escravidão, os chicotes no lombo

O trabalho duro no eito

As pencas de violências

Corpo que porta exu

Fala yoruba e pretuguês

Se morre ressuscita e se alevanta

Pois vida e morte,

Morte e vida se severina

Como nos Xangôs pernambucanos

Se misturam e irrompem juntas

Rodison Roberto Santos

São Paulo, 26 de setembro de 2023

Rodison Roberto Santos
Enviado por Rodison Roberto Santos em 10/05/2024
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