Um diário de dúvidas

Abro os olhos,

Desespero,

Isso é vida?

Ou pesadelo?

Sinta-se feliz,

Sendo acordado por um histérico despertador,

Abro a janela,

Ainda não há sinais de luz.

Um banho quente,

Para a cabeça esfriar.

Tantas obrigações,

E justo hoje,

Que não estou afim.

Deixo o leão à solta,

Por vir,

Venha me devorar!

Se eu te contar que mato um de você por dia,

A raiva pode aumentar,

Hoje,

Só por hoje,

Não quero te matar.

Ouço as falas,

Que dizem as mesmas coisas,

Lamentações,

Narcisismo,

Frustrações,

Parece que nada muda,

Nem tudo,

É capaz de mudar.

Celular toca,

Mais uma cobrança,

Eu sei,

Quando der,

Eu vou pagar,

Mas pobre do atendente,

Mandei-o ir se fuder,

Não me encher o saco,

E para de ligar.

O céu nublado,

Assim como minha alma,

Que só queria ir embora,

Se não daqui,

Me refugiar na cama,

E no profundo silêncio,

Mergulhar.

Meu joelho dói,

Tenho calos na garganta,

De tanto rezar.

Os santos e deuses,

Devem estar assoberbados,

Eu sei,

Sou chato,

Assim como eu,

Não querem mais me escutar.

Peço perdão,

Mas é o ciclo da cobrança,

E a fé que me liga aos céus,

Hoje,

Não quis levantar,

Continua o sono,

E sem esperança,

Decidiu na cama ficar.

Cansado,

Resolvi escrever,

Apenas assim,

Um alívio,

Se pode aplicar.

Mesmo com alívio,

Vezes a dúvida invade,

E me vem essa questão,

A covardia?

É de quem vai ou de quem fica?

Não sei responder,

Tão pouco explicar.

Charles Alexandre
Enviado por Charles Alexandre em 30/10/2023
Reeditado em 30/10/2023
Código do texto: T7920793
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