Bem-Vindo à Máquina, Senhor Floyd

Bem-vindo à máquina, senhor Floyd,

Ao modo de produção capitalista,

Ao sistema de triturar vidas humanas.

Dos primeiros choros até a lápide

Obedeça nossos comandos.

Sonhou com campos esverdeados

E distinto paraíso? Animou os neurônios?

Contente-se com a limitada realidade

E ocupe seu lugar no frigorífico de

Imolar as vértebras da esperança - o trabalho.

Vista a máscara social e corra na busca

Sem fim do deus dinheiro.

Com a ilusão de seus esforços

Use o elmo do magnata endinheirado,

A fina pele de ovelha em obediência aos líderes,

A coleira de cães que são nossos capatazes,

Siga a marcha dos porcos que nos celebram.

Com a cabeça atolada no chiqueiro high tech

Veja os algoritmos sequestrarem seus desejos.

Sinta passivamente as cargas do trabalho

Moendo os anelados sonhos no caminho,

Os papéis sociais apequenando os objetivos,

A vida tornada confortavelmente entorpecida.

Senhor Floyd, acha que pode se levantar?

Cansado de ser descartável tijolo em nosso muro?

Tem que lutar, não se abater ou temer o inimigo?

Não deseja abaixar a cabeça e seguir a maré

De ordeiro cordeiro aos nossos ditames?

Deseja ser um louco diamante e irradiar

Revolta contra as paredes que oprimem?

Aposte nesse jogo para não adiar a vida!

Dennis de Oliveira Santos
Enviado por Dennis de Oliveira Santos em 30/05/2023
Reeditado em 30/05/2023
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