Lambanças do Tempo

 

O tempo urge

Lambanceiro como

Só ele sabe ser,

Aos meus ouvidos ruge.

Avisa, dedura, é arguto

E eu o trato com desdém.

Nesse ir e vir

Muitas vezes me desconheci

Em outras me identifiquei

Para depois perceber que,

Às avessas,

Não posso mais protelar.

Pendurada numa aresta do tempo

Luto para me manter

E não afundar.

Me jogo, esperneio,

Nado a seco,

Nesta árdua tarefa

De tentar me ater...

Ao que importa

Sem cair na mesmice

Do malsinar

Escolhi conviver com ele

De mãos dadas.

Mesmo fazendo lambanças

Sem me consultar

Prefiro continuarmos de braços dados

Não o largo ao Deus dará.

 

 

 

 

Roseli Schutel
Enviado por Roseli Schutel em 14/05/2023
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