''Aqui jaz você''

Te alerto

Com certo temor

Para que olhe esta fraqueza

E me dê absoluta certeza

De que serão estas as palavras

Que irão em seu epitáfio.

Que você deseja morrer

Sobre este ninho de ovos podres

Sem buscar a redenção

Sem buscar a absolvição

De todas essas filosofias

Que execram tua paz.

''Aqui jaz você

Morta por futilidades

Desgostosa pela verdade

De que nem sempre o mundo

Vai te acolher de braços abertos''

Mantenha amigos por perto

E mais perto que estes, teu abrigo

Que contém uma goteira ou duas

Mas provém mais que as intempéries lá fora

Mesmo de forma dúbia, destemperada

Quatro paredes e um teto soam melhor que nada.

Não torne em desforra o desfavorável

Não favoreça o impraticável:

A doce faca de dois gumes

Que corta da base ao cume

Uma montanha perfeitamente escalável.

João G F Cirilo
Enviado por João G F Cirilo em 24/04/2023
Código do texto: T7771494
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