Tartaruga Nova🐢

Do jeito que a vida anda

Não para, ela tem pressa

Sou tartaruga nova olhando pela fresta

E num impulso muito louco

Me ergui e consegui sair

Do escuro mais profundo e oco

A calmaria que eu temi

Até que senti em meu corpo os raios do Sol

Numa manhã tão linda e fresca

Banhada pelas ondas do mar prateadas

Bem diante de mim

Grandiosidade sem fim

Esse foi o meu primeiro som...

Som de espuma estourando

Num vai e vem

Cada vez mais forte...

E eu só queria seguir aquele marulho

Mágico e perpétuo

Seguindo fui e percebi

Que nada poderia me parar

Porque de algum modo eu sabia que estava quase lá

De sorriso aberto ao desconhecido

Mas gaviotas surgiram

Por todo lugar

Para fazer o banquete dos meus irmãos a rastejar

Bombardeios, bicadas, confetes

Devorados foram, os pivetes

Eu, porém, escapei de vista

Em minha casca coberta de areia

Escondido fiquei

Não olhei para trás, mesmo assustado

Continuei a trilhar um caminho cego

Na certeza de encontrar um mundo inteiro a ser desbravado.

E cá estou deixando o meu legado

Para além das gerações

Que atravessei em alguns mergulhos.

Isis do Vale
Enviado por Isis do Vale em 12/03/2022
Código do texto: T7471312
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