Alma.

Viro do avesso

e mergulho nas minhas paisagens...

Assim do avesso,

não sei fechar minhas mãos.

Assim do avesso, minha boca grande e aberta

é só uma porta fechada.

Solto meu nervo exposto,

e na dor, guardo minha pele acinzentada.

Cuido tudo isso sob um telhado de zinco.

Ah! Como eu amo a sinfonia do granizo numa noite errada!

Ou seria a noite mais certa de todas?

Não sei... Só sei que minto e minto mais sobre o que quero.

Na verdade, nem eu sei ao certo...

Qual pedaço quero?

Qual quero deixar?

Qual?

Tenho só a interface,

e eu a uso.

Piso na areia quente

ao meu redor e martelo meus abismos,

destruo meus ídolos, meus monstros de "pés de argila".

Cicatrizo minha inquietude, minhas saudades, minha inteligência aparente,

minha estupidez velada e uma vontade efetiva.

Expando todas as sementes que sobraram

ao vento da tempestade,

pois sou a tormenta de segunda à sexta

e sou calmaria no feriadão.

Sou todo contradição.

Fabiano Stopassolli
Enviado por Fabiano Stopassolli em 14/02/2021
Reeditado em 07/05/2024
Código do texto: T7183906
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.