A melhor idade

Não mais relutante

Sinto a dor percorrer minhas costas

Sinto a flacidez nos braços rendados

Sinto que o colágeno já diminuiu tanto

E os meus seios já não se sustentam mais

Nesse corpo fugaz

Não mais relutante

Aceito meu corpo por inteiro

Pois meu eu verdadeiro, não se pode enxergar.

Não mais relutante

Aceito-me permeada por recordações

Aceito a velhice, visita indesejada que me bate a porta

Aceito-me, simplesmente

Então, entre e vamos conversar

Conversas bobas que nos façam rir

Até que as marcas do tempo se desfaçam

Marcas de uma era que passou

Marcas da eternidade

Marcas da minha idade

Marcas de quem eu me tornei...

Alma vívida e vivida em um corpo mortal.

Isis do Vale
Enviado por Isis do Vale em 17/01/2021
Reeditado em 19/01/2021
Código do texto: T7161805
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