UM DIA APÓS O OUTRO

Na boca

Gosto amargo

De coisa perdida

De tempo

De saudade.

Palavras ficaram

Guardadas

Grudadas

Na boca

No peito.

Desperdicei meu esperma

No silêncio uterino

Transporte do destino

Avenida afora

Transeunte oportuno.

O que não fui hoje

É o que há de me

Esmagar amanhã,

Os de amanhã

Hão de ver passar...

O andor das dores ambulantes

O tempo de olhar o mundo

A luz nascendo nos dedos

O joio e o trigo no mesmo lagar

O cumprimento de sonhos e profecias.

(Jamais faltei um dia sequer!)

T@ACITO/XANADU

Paulo Tácito
Enviado por Paulo Tácito em 04/06/2020
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