O artista

Nada é mais louco que ser um equilibrista.

Andar na corda bamba e se expor por completo em seu dia a dia.

Um dia ele está no auge, no outro ele é o próprio fundo do poço.

Ele é a sua própria obra de arte.

Dissimulando sua realidade, pintando pequenas obras de artes.

Um dia ele é palhaço, no outro ele é cantor.

Dizem para ele: “Tudo um dia dará certo” e “Tudo ficará bem”.

E ele acredita e passa a ser cheio de fé.

Um dia ele é frágil como um homem, no outro ele é macho como uma mulher.

O que eu vestirei? Que papel me aguarda?

É hora de acordar, pois a vida não para por nada.

Um dia ele é japonês, no outro ele é inglês com toques de francês.

O que eu como? O que eu faço?

O tédio não pode tomar conta senão, ele perde o disfarce.

Um dia ele é um anjo, no outro é o diabo.

Para onde eu vou? Onde eu devo atuar?

Ele come pouco, pois o pouco é para poupar.

Um dia ele é pobre, no outro ele é rico.

E qual é a maquiagem, qual é a máscara?

Quem ele é hoje? Quem ele deve replicar?

Um dia ele é comum, mas em todos ele é um artista.

Diego Diamante
Enviado por Diego Diamante em 15/09/2018
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