NEGRA VERDE CANA

O escravo negreiro

veio aqui para plantar.

No solo brasileiro

viu o caule dela brotar.

O capim perenial

o negro escravo viu nascer.

Planta de canavial

semeou no solo para crescer.

Vinda lá do estrangeiro

Saborosa e arraigada

Nesta terra cultivada

no campo fez o florescer.

Na moagem da moenda

trouxe a dor e o capital.

Desfolhada e lavada

era forma usual.

O teu suco, esverdeada,

cana-de-açúcar,

conhecido por garapa.

Jorrava ao natural

mel melado a fervilhar;

Sobre o fogo da fornalha

o vapor da azulada.

Caia tão ardente

na pele escura e maltratada

a bendita aguardente

A dor da ferida

Pingava e curava

Para o negro alegrar

Bruno Down
Enviado por Bruno Down em 09/07/2018
Código do texto: T6385099
Classificação de conteúdo: seguro