NEGRA VERDE CANA
O escravo negreiro
veio aqui para plantar.
No solo brasileiro
viu o caule dela brotar.
O capim perenial
o negro escravo viu nascer.
Planta de canavial
semeou no solo para crescer.
Vinda lá do estrangeiro
Saborosa e arraigada
Nesta terra cultivada
no campo fez o florescer.
Na moagem da moenda
trouxe a dor e o capital.
Desfolhada e lavada
era forma usual.
O teu suco, esverdeada,
cana-de-açúcar,
conhecido por garapa.
Jorrava ao natural
mel melado a fervilhar;
Sobre o fogo da fornalha
o vapor da azulada.
Caia tão ardente
na pele escura e maltratada
a bendita aguardente
A dor da ferida
Pingava e curava
Para o negro alegrar