Desatinos

Vida que segue, vida tão desatinada, que insiste em te empurrar

Passa por cima, como trem fora dos trilhos

Quer a todo custo te fazer continuar

Não te interroga, faz delonga ou se preocupa

Que ao passar ela machuca, ela somente quer passar

Tua alma canta bem baixinho e bem mansinho

Não querendo te assustar

Outrora grita, faz barulho e agita

Um tanto assim insaciada, insubordinada

Não querendo mais calar

Solta as correntes que te prendem, desatina

Tua alma peregrina agora anseia descansar

Cantaste um dia e não me esqueço da ousadia que insistia ao cantar

Desata essas correntes, é hora de vos libertar

Descobre o brilho e estanca essas feridas

Já não podes mais te ofuscar

Brilha brilhante, brilha o brilho das estrelas

Brilho intenso e ardente, não vá mais se contentar

Com esses finos desatinos que te empurram

Te perseguem e se atrevem a te fazer acreditar

Que não és forte, não és firme, não tens o suficiente

A que se possa aproveitar

Engatilhada, sem querer, mas destinada

Segue tu com voz cansada, continua a cantar

Canta os sabores, dissabores

Canta os choros e os temores, mas não para de cantar

Caroline Campos
Enviado por Caroline Campos em 04/06/2018
Reeditado em 04/06/2018
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