Hoje
A culpa para minha ansiedade tem rosto
O coração grita, mas a voz engasga e o tom sai rouco
Olhares fixados e a mente cansada
Me enxugo até sair uma linha
Até que a última gota caia
Entre métricas procuro me encaixar
A fase que me encontro hoje
Não é onde a Mariana de antigamente gostaria de estar
Mas por tudo e todas as bagagens que me trouxeram até aqui
Os corpos que trombei e as experiências que criei
me deram força para prosseguir.
Acho que nunca me vi com ódio no olhar
Mas muitas vezes procurei no espelho alguém que nunca vou encontrar
Ainda escuto palavras de motivação
Só que é fácil aceitar, o difícil é se contentar com o que tem em mãos
E quando o desespero bate
As neuroses são quem dão a liga
No ringue entra em cena valores familiares versus as más companhias
No peito me apego, raízes que carrego desde quando eu era uma menininha
Que tinha brilho no olhar e não via maldade no mundo ainda.
Vi o desabrochar da minha consciência
Estudo para transmitir algo com mais transparência
Sem negligencia, com cuidado
Talvez aquela menininha não fosse gostar de estar aqui
Mas eu tenho me orgulhado.