Hoje

A culpa para minha ansiedade tem rosto

O coração grita, mas a voz engasga e o tom sai rouco

Olhares fixados e a mente cansada

Me enxugo até sair uma linha

Até que a última gota caia

Entre métricas procuro me encaixar

A fase que me encontro hoje

Não é onde a Mariana de antigamente gostaria de estar

Mas por tudo e todas as bagagens que me trouxeram até aqui

Os corpos que trombei e as experiências que criei

me deram força para prosseguir.

Acho que nunca me vi com ódio no olhar

Mas muitas vezes procurei no espelho alguém que nunca vou encontrar

Ainda escuto palavras de motivação

Só que é fácil aceitar, o difícil é se contentar com o que tem em mãos

E quando o desespero bate

As neuroses são quem dão a liga

No ringue entra em cena valores familiares versus as más companhias

No peito me apego, raízes que carrego desde quando eu era uma menininha

Que tinha brilho no olhar e não via maldade no mundo ainda.

Vi o desabrochar da minha consciência

Estudo para transmitir algo com mais transparência

Sem negligencia, com cuidado

Talvez aquela menininha não fosse gostar de estar aqui

Mas eu tenho me orgulhado.

Cruz Mariana
Enviado por Cruz Mariana em 29/05/2018
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