A Rosa e o Fogo

A Rosa e o Fogo

Em caminhadas perdidas pelo deserto

Um fogo abrasador solitário queimava

Tudo que pelo seu caminho passava

Ninguém escaparia e isso já era certo.

Ao longe ele avistou um lindo roseiral

Um sonho de campos Elísios

O tão procurado e sonhado paraíso.

Beleza estonteante fugia ao pensamento real.

No meio daquele majestoso rosal

Uma Rosa Vermelha ressaltava o lugar

Brilho e perfume faziam a diferença no ar

Cada pétala revelava seu encanto sensual.

O fogo todo atordoado parou sua jornada

Estava perplexo com a magnífica venustidade

Uma beleza perdida além de toda eternidade

Fez o seu calor paralisar na sua destrutiva caminhada.

Era impossível queimar tão lindo jardim

Mas sua natureza era queimar

A tudo e todos que pudesse encontrar

A brasa do seu coração diminuiu e pensou assim...

Se eu contornar esse roseiral por trás da montanha

Prossigo firme no meu inglório destino

Preservando o que há de belo e Divino

Deixando a rosa vermelha na paz e ninguém a apanha.

Assim fez o coração de fogo e seguiu rumo novo

No entanto lá de cima no alto morro

Olhou para trás e viu outro fogo abrasador

Impiedosamente queimar seu lindo amor

Triste ficou e nada mais podia fazer

A não ser lamentar a perda amorosa

Jamais veria a beleza ou sentiria o perfume

De sua amada Rosa...

O calor de seu fogo começou a diminuir

E de seus olhos uma lágrima veio a surgir

Não contendo a grandeza de seu luto

Uma gota de lágrima se transformou em vasto

Rio de tristeza exterminando sem comiseração

O aniquilador de sua eterna paixão.

O campo de rosas estava destruído

Porém nem tudo estava perdido

No meio do pasto havia um broto

De esperança e renovação daquele amor.

Nasceu uma Rosa de Fogo

Nela havia tanto calor e proteção

Lembrando que ninguém jamais

Poderá ser mais que uma pura e singular Paixão.

Fernando Matos

Poeta Pernambucano

Fernando Matos
Enviado por Fernando Matos em 01/05/2018
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