Teatro da vida

Nada percebe

Não contactua

Silêncio da sirene

Que tocara incessante

Olhos opacos estáticos

Agito nas cinzas salas

Com brancos semoventes

Iluminando as pupilas

Com midriase presente

Braços abertos

Peito desnudo

Qual Cristo na cruz

Inicia o calvário

Do sofrimento extremo

No tosco cenário

Puncionado entubado

Atos de ressuscitação

Permanece inanimado

As pálpebras baixadas

Como cortinas do teatro

No fecho do último ato

Platéia em silêncio

Constritos e pasmos

Da tétrica história

Com enredo real

Na incógnita hora

De serem um dia

O ator principal

Tite Furtado
Enviado por Tite Furtado em 11/01/2018
Reeditado em 11/01/2018
Código do texto: T6223403
Classificação de conteúdo: seguro