SOL FRIO

Retornar ao que é verdadeiro.

Que varra o vento o que

não deve mais permanecer,

o lixo cremado neste metal,

lata tão de inútil sentido.

E fiquem comigo, no coração

tão acalorado, os animais,

cachorros, patos, gansos. Gatos;

em sua calma.

E aquela árvore de caule espesso

e a outra que se alonga

com folhas olorosas e afiladas,

verdes calmas para o vertical

do céu, dos ares...

Cante o pássaro verde seu assobio

estridente e fugitivo por sobre as

copas verdes neste recomeço, neste

fim de ciclos inteiros,

Como a acalentar, inaugurar e anunciar

o fim em seu martelo de ferro

sobre a placa, a tábua fria dos vindouros dias.