DELICADO BRILHO

Livre para falar

aquela palavra,

livre para expressar,

para viajar

dentro de mim.

Para ser, renascer

num estábulo.

Livre para limpar

o estábulo

as fezes dos animais.

Livre para andar

ao ar livre

para notar

as folhas sussurrantes

ao delicado vento

que amo, amo.

Tão simples livre.

Livre para esquecer

e largar, e deixar

o que não mais é,

as mentiras, a falsa farsa

arquetípica, antiga.

Livre para compor, amar,

rezar enquanto ando

no mato com as maritacas,

os gaviões e as flores,

Enquanto fluo no ato

mais humilde

-- lavar os pratos ---

ou quando miro na manhã

as abelhas ao sol -- Ou quando

miro no espaço as estrelas...

Tão livre como estar

fora do tempo, sincronizado,

do relógio que para mim

torna-se então harpa e música

como é música a vida.