ALQUIMIA
Minha mente mente.
Meu corpo, meus músculos,
meus nervos, minha voz.
A música da mentira.
Meu tema, meus tremas
mortos, meus estratagemas.
A gema do ovo, as ideias,
meu fogo, corcel imaginário
cremam tudo de que
não mais necessitarei
numa abundante, generosa
economia.
Para vir o novo, o novo
como uma sopa revisitada,
reconhecida, em que se misturam
todos os ingredientes
--- a sopa abundante e rica
do coração
onde se destila a nova poesia.
Reconhecida sopa inédita,
sequer prevista!
E da qual, quase, por um triz,
não me esqueci.
Sopa quase quase ambígua
e hoje certa como estourar
flores com dentes humanos