Não conheço outro mundo a não ser aquele do qual posso ter controle
Sinto medo do que está por vir,
do que virá a desequilibrar
os meus já acomodados
e rígidos esquemas mentais.
Sinto medo do desconhecido,
da surpresa que me arrebatará da ilusão projetada,
meu éter essencial à sobrevivência.
Sinto medo da desolação
que quebrará meus imaginários contratos,
romperá com os tratados assumidos pela minha inevitável volúpia por garantias.
Garantias de que meus acordos firmados comigo mesmo não serão quebrados.
Não conheço outro mundo a não ser aquele do qual posso ter controle.
Sinto medo, porque o pior sempre há de ocorrer.
Sinto medo de saber que terei de tomar alguma decisão.
Ao decidir-me, eternamente me lamentaria por não ter provado o sabor da escolha alternativa, negando a mim mesmo a possibilidade de traçar um destino encantadoramente inusitado, apaixonante, lascivo.
Sinto medo de ser hipócrita.
Sinto medo de olhar-me no espelho e não reconhecer
quais sentimentos se escondiam por trás daquele rosto um dia.