O monstro em mim
''O monstro em mim
É enjaulado por barras fracas e frágeis
Inquieto de dia
E, de noite, cria confusão e se enfurece com as estrelas
Deus ajude o monstro em mim.''
(Johnny Cash - The Beast In Me)
Eu ando por um fio
Já estou por aqui
Não sei de onde venho
Nem porque vim
Mas sei que vou ficar até depois do fim
Se não fugir de mim
Essa selvageria
Que faz eu me arrepender toda vez que riem de mim
Continuo me regulando
Sempre falhando
Não estou me encontrando
Mas mesmo assim não fico me indagando
Com o que as pessoas ao meu redor estão pensando
A noite chega com mil olhos me vigiando
O peito arde com a besta despertando
Nada de bom pode estar me esperando
Além dessa escuridão que estou habitando
Só vejo vultos na penumbra dançando
Vozes fantasmagóricas murmúrios discursando
Preságios de um futuro sangrento pela minha mente vagando
Entre o céu e o inferno, o mal e o bem brindando
Numa linha tênue, anjos e demônios brincando
As garras da besta na minha consciência arranhando
Meu ego e a fúria como água e vinho se misturando
Quem eu era já não estou lembrando
O que vai acontecer já estou rimando
Raiva, ódio e dor
Sofrimento é o meu pudor
Mágoa, arrependimento e amargura
Nessa jornada de risos e choros eu sigo procurando a cura.