Essa... Imensidão...

Minha alma fugia do espectro.

Segundo a segundo,

meu corpo… Decrépito.

Foi um combustível mental.

Esse ser que me habita,

De morto, tornou real.

Meus olhos violetas queimavam,

meu corpo ardia.

As vozes… Elas me chamavam,

mesmo escuro,

e confuso e gelado,

entre milhares de murmúrios,

buscava seu lábio.

Seu tom, seu som.

Como a chave de um diário,

que mantém minha sanidade.

Então entrega sua pele,

essa minha vida em densidade.

Entrega seu corpo,

sua voz e cheiro.

Sua presença… Por um pouco

Seja minha,

E abraça minha aura,

minha vida e sina.

Eu ganhei essa maldição,

que muitos chamam presente.

Eles não enxergam essa, imensidão.

Eles veem luz…

Eu… Sinto trevas.

Seu ser… Me seduz,

apaga essa angustia,

abraça meu corpo.

É como minha droga… Minha anestesia,

Certo ou errado,

Agora… Não depois.

Esse recipiente quebrado,

essa casca vazia.

A tanto tempo

esqueceu a cor do dia.

Você consegue me ouvir?

Eu preciso de você…

Você… Consegue me sentir?

Talvez…

Apenas, diga que sim,

Apenas…

Volte para mim…

Se conseguir… antes do fim.