O Homem Que Não é Nada

Venham todos venham ver

O homem acorrentado

Quieto sem se debater

Vive preso ao passado

Cheguem mais perto a olhar

Seus sonhos todos podados

Vivendo de imaginar

Pois tem os olhos vendados

Aproxime-se senhora

E não precisa ter medo

Ei-lo ai jogado agora

Na lona do seu segredo

Venha meu gentil senhor

Olhe de perto esse homem

Que na promessa de amor

Jamais lhe dirá o nome

Oh sim bonita criança

Pode olhar ele é mansinho

Só não tem mais esperança

Por isso vive sozinho

Ah meu velho olhe de perto

Veja-o jogado ao chão

Seu coração é deserto

Mas cheio de solidão

Quem mais quer apreciar

Essa aberração da vida

Agoniado a sangrar

Lambendo a própria ferida

Esse homem já usou

Uma coroa de ouro

E hoje é pura dor

E não passa de um tolo

Teve nome e patente

De príncipe já foi chamado

Hoje é só um demente

Indigente abandonado

No moribundo sem vida

Por favor pedras não jogue

Nas suas lágrimas sentidas

Deixai que ele se afogue

Ele é grande atração

Neste circo curioso

Hoje não passa de um cão

Mas ele já foi garboso

Este homem já amor

E também já foi amado

Hoje coberto de dor

Não é mais que um desgraçado

O que causou ele assim?

Dizem, foi uma grande dor

Mas vou falar só por mim

Foi a perda de um grande amor

(Farias Israel-ago/2017-SP)

Farias Israel
Enviado por Farias Israel em 12/08/2017
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